A mobilidade urbana na Grande Florianópolis enfrenta um cenário preocupante de abandono e descaso, refletindo diretamente na qualidade de vida da população. Entre transporte público sucateado, calçadas invadidas e a ausência de fiscalização, a situação exige medidas urgentes e estruturadas por parte do poder público. A seguir, analisamos os principais pontos críticos:
Transporte Público: Sucateamento e Falta de Conforto
O transporte coletivo na Grande Florianópolis está em estado crítico. Ônibus sucateados, assentos mal conservados e a redução de espaços destinados a idosos são alguns dos problemas recorrentes.
• Sucateamento da frota: Muitos ônibus apresentam cadeiras rasgadas, espaço insuficiente entre assentos e falta de itens básicos de higiene, como dispensadores de álcool em gel que, quando presentes, estão vazios ou quebrados.
• Redução de conforto para idosos: Antigamente, ônibus contavam com até oito assentos prioritários. Hoje, em muitos veículos, esse número foi reduzido para três, dificultando ainda mais a mobilidade de quem depende do transporte público.
• Climatização: O ar-condicionado, outrora comum, é praticamente inexistente, refletindo o retrocesso no conforto oferecido.
• Perspectivas: Apesar da introdução de ônibus elétricos, a iniciativa parece mais simbólica do que uma solução estruturada. A população espera que esse projeto não seja apenas uma “cortina de fumaça”, mas o início de uma transformação efetiva.
As Calçadas e a Falta de Fiscalização
As calçadas, que deveriam ser espaços seguros para pedestres, estão sendo sistematicamente ocupadas e degradadas:
• Invasão de espaços públicos: É comum encontrar lojas e comércios utilizando calçadas como estacionamento, obrigando pedestres a caminhar pelas ruas.
• Falta de fiscalização: A ausência de guardas municipais e policiais militares contribui para a sensação de abandono. Reclamações de cidadãos muitas vezes não são atendidas por falta de viaturas ou agentes disponíveis.
• Consequências para a mobilidade: Sem fiscalização, cada vez mais cidadãos e empresas ocupam ilegalmente esses espaços, agravando o problema. Lamentavelmente, a maioria da população precisa se sentir vigiada para obedecer às leis. E, com os agentes cada vez mais longe das ruas, os maus motoristas se sentem á vontade para fazer o que bem entendem.
“Deixe o Carro em Casa” – Mas Que Transporte Público?
Autoridades frequentemente incentivam a população a abandonar os veículos particulares e adotar o transporte coletivo, mas a realidade não sustenta essa proposta:
• Condições inaceitáveis: A precariedade do transporte público desestimula sua utilização. Quem depende dele enfrenta desconforto, insegurança e falta de confiabilidade.
• O caos como regra: Sem ações concretas, o trânsito e a mobilidade urbana seguem em direção ao colapso.
Uma Chamada para Ação: O Papel do Poder Público
A solução para os problemas de mobilidade na Grande Florianópolis passa por uma atuação mais eficaz das prefeituras e órgãos responsáveis:
• Fiscalização rigorosa: É imprescindível que as autoridades intensifiquem a vigilância para coibir abusos e irregularidades, como a ocupação das calçadas.
• Investimento no transporte público: Renovação da frota, aumento do conforto e melhorias no atendimento são passos essenciais para atrair a população e reduzir o número de carros nas ruas.
• Campanhas educativas: Informar e conscientizar a população sobre o uso correto dos espaços públicos e a importância do respeito às leis de trânsito pode trazer mudanças de comportamento a longo prazo.
Conclusão
A mobilidade urbana na Grande Florianópolis está no limite. Sem intervenção imediata e eficaz, o caos será irreversível. É hora de prefeitos e gestores públicos assumirem a responsabilidade e colocarem em prática ações que devolvam à população o direito a um transporte coletivo de qualidade e espaços públicos acessíveis e seguros. O futuro da cidade depende de escolhas feitas hoje.