Com 12 anos de atraso, a inauguração do Contorno Viário da Grande Florianópolis finalmente aconteceu no dia 9 de agosto. Já nos primeiros dias da novidade, um verdadeiro fôlego para os moradores da Grande Florianópolis que usam a BR-101 diariamente. Com o desvio de veículos pesados para o novo trecho de rodovia entregue pela Arteris Litoral Sul, as pessoas estão passando menos tempo nas filas e congestionamentos, refletindo diretamente na qualidade de vida do cidadão local.

Não bastasse esse inegável reflexo na mobilidade da região, a PRF (Polícia Rodoviária Federal), de bate-pronto, já destacou que, desde a liberação do trânsito, dia 10 de agosto, os acidentes imediatamente reduziram.

Sem dúvida alguma, o Contorno Viário representa mudança, transformação e desenvolvimento. Mas, é preciso olhar à frente e ver os desafios que cercam a mobilidade urbana, a partir desse pleno funcionamento da nova rota.

O primeiro desafio diz respeito ao reflexo do novo traçado na BR-101 já que, até o momento, a amostragem ainda é pequena para traçar uma verdade. A segunda questão paira sobre os acessos ao Contorno Viário que, neste momento, estão aquém da grandiosidade da estrutura. Gargalos na SC-281, em São José e o Morro dos Cavalos, em Palhoça, ainda são uma realidade dentro dessa nova perspectiva da mobilidade em toda a região.

Tem os problemas também na BR-282 e o trecho que ficou espremido entre o novo traçado do Contorno Viário e a BR-101.

Por último e não menos importante é o efetivo da PRF, em Santa Catarina, que está defasado e prestes a ter mais 100 quilômetros para administrar.

Além dos 50 km recém inaugurados na Grande Florianópolis, o policiamento também terá que tomar conta de outros 50 km na BR-285, próximo à divisa com o Rio Grande do Sul.

Mas, voltando ao fato da tão esperada inauguração, a obra, que deveria ter sido entregue em 2012, contou com as presenças do presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) e do ministro dos Transportes, Renan Filho, e outras autoridades, mesmo sendo uma rodovia construída com recursos privados, da concessionária Arteris Litoral Sul, visto que se trata de uma contrapartida obrigatória, prevista no contrato de concessão firmado com o Governo Federal quando do leilão do ativo.

Contorno Viário

A obra recebeu cerca de R$ 3,9 bilhões em investimentos e, ao longo dos 50 quilômetros de pista dupla, foram construídos seis acessos por trevos no novo Contorno Viário da Grande Florianópolis. A rodovia ainda possui quatro túneis duplos, 21 passagens em desnível e sete pontes duplas. Com velocidade média de 100 km/h, o trajeto é plano e de curvas suaves. Com isso, a Arteris, responsável pela construção, espera evitar a necessidade de redução de velocidade na via. A rota desvia o tráfego de longa distância da região metropolitana da capital catarinense, cruzando as cidades de Biguaçu, São José e Palhoça, mas acaba impactando mais sete cidades da região da Grande Florianópolis.

Obras no contorno

Para os próximos meses, o Contorno Viário de Florianópolis deverá receber 88 faixas de controle de velocidade, espalhadas ao longo do trecho. De acordo com Cesar Sass, diretor de operações Sul da Arteris, esse equipamento garantirá ao usuário uma velocidade adequada e compatível com a região.

De acordo com Roger Pegas, superintendente de Infraestrutura Rodoviária da ANTT, nos próximos meses a rodovia ainda deve receber obras complementares. Questões como iluminação, construção de posto da Polícia Federal e instalação de novos controladores de velocidade, por exemplo. “Tudo isso acontece agora, nessa fase de comissionamento”, explica. A operação da via continuará normal durante as obras.