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Viva Floripa!
31 de Março, de 2021
Palavra do Presidente
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By ROBERTO ALVAREZ BENTES DE SÁ
Viva Floripa!

Escolhida para ser a sede nacional do MONATRAN – Movimento Nacional de Educação no Trânsito, Florianópolis sempre recebeu uma atenção especial por parte de nossa linha editorial. E, nesse mês em que a cidade completa 348 anos de fundação (uma das capitais mais antigas do país), não podíamos deixar de prestar a nossa homenagem, mas também se faz necessário apontar seus desafios e, mais uma vez, propor soluções.

Sem dúvida alguma, seu calcanhar de Áquiles é a questão da mobilidade. De acordo com o pesquisador Valério Medeiros, da Universidade de Brasília (UnB), a capital catarinense possui o segundo pior índice de mobilidade do mundo e o deslocamento mais complicado entre 21 das principais capitais brasileiras. Para ele, uma das dificuldades é a geografia da cidade. Dunas, praias, lagoas e morros impedem a continuidade da malha viária.

Somado a isso, dados do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que na cidade existe um carro para cada duas pessoas, ou seja, 521 veículos para cada mil moradores. Ou seja, com uma população de mais de 508 mil habitantes só na capital, são mais de 265 mil veículos podendo transitar por aí. Fora os carros dos demais 21 municípios que compõem a Grande Florianópolis e, diariamente, precisam acessar a Ilha. O resultado não podia ser diferente: filas e mais filas.

Ao longo dos anos, diversas alternativas têm sido apresentadas com o objetivo de minimizar esses efeitos. Porém, parece que as ideias emperram na falta de vontade de fazer um projeto e buscar recursos para viabilizá-lo e não são levadas adiante por, aparentemente, não serem prioridade dos gestores públicos.

Porém, de todas as soluções, a mais óbvia continua sem sair do papel: o transporte marítimo (cujas vias já estão prontas) fica patinando na burocracia, enquanto a população da Grande Florianópolis perde horas e mais horas na fila para entrar e sair da Ilha.

Um morador de Palhoça, que está de frente para o Sul da Ilha, precisa perder horas no trânsito para se deslocar até o Aeroporto. Aliás, o próprio morador de Florianópolis, que mora na parte continental da cidade, vai levar mais de hora para chegar em uma praia com água apropriada para o banho. Um absurdo sem tamanho! Uma realidade que nos envergonha há anos e chega a ser motivo de piada ao redor do mundo: uma cidade em que sua maior porção está situada em uma Ilha não dispõe de transporte marítimo para a população, nem Ferry-Boat, nem nada que aproveite às águas calmas da Baía que a separam do Continente.

Nosso desejo para o novo ciclo que agora se inicia é que em 2022 tenhamos muitas conquistas para comemorar!

ROBERTO ALVAREZ BENTES DE SÁ

Presidente do MONATRAN - Movimento Nacional de Educação no Trânsito