Uma tragédia abalou o país no último dia 20 de outubro. A van que transportava uma equipe de remo do projeto social “Remar para o Futuro”, de Pelotas, Rio Grande do Sul, foi atingida por um caminhão, provavelmente, sem freio, na BR-376, na serra de Guaratuba, Paraná, ceifando a vida de nove pessoas. Eram jovens atletas, com idades entre 15 e 20 anos, que retornavam de uma competição em São Paulo, onde haviam conquistado sete medalhas no Campeonato Brasileiro Unificado. A esperança e o futuro que carregavam em seus corações foram interrompidos de forma trágica.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal, o acidente foi causado quando uma carreta, carregando um contêiner, atingiu a traseira da van, que, em seguida, bateu em outro veículo, rodou na pista e foi arrastada para fora da estrada. A rodovia ficou interditada por 15 horas, e o cenário que restou após o impacto era de total devastação: destroços, pneus espalhados e a carcaça irreconhecível da van.
Entre as vítimas, estavam o motorista, o coordenador da equipe e os jovens atletas. Apenas um adolescente de 17 anos sobreviveu, um milagre em meio ao caos. As causas exatas do acidente ainda estão sob investigação, com indícios preliminares apontando para uma possível falha nos freios do caminhão ou excesso de velocidade. A perícia técnica será crucial para determinar as responsabilidades e o que, de fato, levou a essa tragédia.
Entretanto, independente do resultado do laudo, o que permanece é a dor. A dor das famílias que perderam seus filhos, irmãos, amigos. A dor de toda uma comunidade, que vê seus sonhos e conquistas serem destruídos em um instante. O Brasil chorou essa perda, pois todos se colocam no lugar dos familiares: poderia ser meu filho, meu neto, meu amigo.
O que está acontecendo nas nossas estradas? Precisamos de uma reflexão urgente sobre as condições de nossas rodovias, a manutenção dos veículos que nelas trafegam e, principalmente, a responsabilidade de cada um de nós no trânsito. As perdas que lamentamos hoje não são apenas números; são histórias interrompidas, são famílias destruídas. Faltam infraestrutura adequada, manutenção rigorosa e, acima de tudo, consciência. Até quando vamos continuar perdendo vidas por falhas que podem ser corrigidas?
Hoje, nosso pensamento vai para as famílias das vítimas, que enfrentam a dor indescritível de perder seus entes queridos. Que possamos, ao menos, encontrar formas de impedir que tragédias como essa continuem a marcar nossa história. O que podemos fazer para que não se repita? Que o luto se converta em ações concretas, em mudanças que tragam mais segurança para todos nós. Essa é a verdadeira homenagem que devemos a essas vidas que se foram tão cedo.
Presidente do MONATRAN - Movimento Nacional de Educação no Trânsito