Hoje vivemos o caos, porque não tínhamos qualquer planejamento para uma guerra como essa que estamos vivendo. O inimigo sem nenhum armamento destrói vidas.
Desorientação de autoridades, informações contraditórias e fake news agravam a pandemia.
Perdemos o caminho diante de tantas orientações opostas e absurdas por parte de governos federal, estadual e municipal.
O Federal desde o início avesso a qualquer atitude já que caracterizou que estava chegando ao país um surto gripal. O Ministro da Saúde se opunha as ideias do chefe e propôs intensa vigilância sanitária. Estados e municípios tomavam outras atitudes. A mídia o dia inteiro mostrando hospitais entupidos, corpos ensacados, carros funerários enfileirados, cemitérios cheios, covas múltiplas abertas e outras já utilizadas. Isolamento pessoal é indicado em todo país.
Mudam Ministros, persistem orientações, mais gente morrendo por todo canto. Faltam respiradores, médicos, enfermagem e medicamentos. Hospitais de campanha são construídos às pressas e a pandemia continua a crescer geometricamente.
Laboratórios não dão conta dos exames, gente morrendo sem diagnóstico definido.
Médicos, farmacêuticos, biólogos desdobrando-se para laborar vacina, encontrar medicamentos que debelem a ação do Novo Corona Vírus.
Ruas vazias de carros, de gente, de conflitos, assaltos e violência. Um novo mundo que acredito que todos gostariam de viver, onde a poluição chegou perto do zero, nível de ruído também praticamente zero, mas a pandemia nos tirando o prazer de desfrutar das cidades aparentemente limpas e desejadas.
Todos dentro de suas casas comendo, bebendo, estudando, jogando, ligados na TV, crianças correndo dentro de casa, jogando bola, gritando, cantando, som alto, vizinho reclamando, síndico sendo incomodado, mulher querendo arrumar a casa, mas a bagunça mantida.
Só saiam de casa aqueles que faziam serviços especiais. Quase dois meses após início da pandemia começaram as fugas, ninguém aguenta mais, sem reabastecimento, sem dinheiro, com a mulher estressada e começaram a buscar o trabalho, com isso muita gente a ser transportada nos trens, coletivos o que levou a nova ordem: usar máscara, ameaça de multa para o fugento e até prisão.
Não bastasse tudo isso, surge uma nova ordem, “lock down” em determinadas regiões.
A propagação de carros leva a interdição de ruas, avenidas deixando passar o essencial.
Enquanto isso, autoridades dos três poderes e a mídia entram em total desentendimento intensificando a crise de saúde, econômica e política.
O país mergulha em crise nunca experimentada mostrando a falta de comprometimento e das necessidades para o momento. Nada planejado para uma guerra com um inimigo invisível, nada planejado para o momento presente e tão pouco para o futuro.
Já vamos para mais de cem dias, o inimigo continua destruindo vidas aos milhares.
Como será o amanhã, pós pandemia, já não seremos mais 210 milhões, os que viverem estarão empobrecidos, a classe média reduzida, empresários endividados e políticos com status mantido. A fome, as doenças endêmicas, a falta de moradia, de dinheiro, de estudo, de estrutura, o desemprego, falta de condições sanitárias, tudo fazendo surgir um país cada mais empobrecido. Unidades estudantis em total decadência, formandos sem conteúdo na sua formação e ineficientes para o trabalho. Tudo mostrando que o Brasil se aproximará demais do fundo do poço.
E depois, como será......!!!!
Tudo passa, certamente tudo passará...!!!
Diretor da Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego)