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Tragédia
29 de Agosto, de 2023
Palavra do Presidente
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By ROBERTO ALVAREZ BENTES DE SÁ
Tragédia

Uma tragédia sem precedentes! No início deste mês de agosto, um sinistro de trânsito, infelizmente fatal, ocorrido durante o exame prático de direção do Detran, no interior de Goiás, chamou a atenção de todo Brasil. Uma mulher de 49 anos morreu após ser atropelada por uma aluna que finalizava o exame prático do Detran. Ozeni Alves Teixeira, chegou a ser socorrida e levada para um hospital, mas não resistiu aos ferimentos. Além dela, outros dois candidatos que aguardavam para fazer a prova também ficaram feridos. O fato aconteceu em Alexânia, mas, de acordo com relatos, a falta de segurança no ambiente de prova acontece em diversas cidades do interior de Goiás. E, certamente, deve ocorrer em diversas localidades do nosso país.

Para o Detran/GO, o que ocorreu em Alexânia foi uma fatalidade. “Pelo que foi relatado, a candidata teria confundido os pedais de freio com o de acelerador e invadido uma praça. As causas do acidente estão sendo investigadas. Mas, inicialmente, não há relação do acidente com a estrutura das bancas”, explicou em nota.

Todavia, dizem que uma imagem vale mais do que mil palavras. Por isso, decidimos publicar esta foto que registra o local de exame de prática de direção do Detran no interior de Goiás. A falta de infraestrutura é gritante e com certeza pode ter contribuído para a ocorrência do sinistro em questão.

Segundo o presidente do Sindicato dos Instrutores de Trânsito do Estado de Goiás (Sinditego), Paulo César Gomes de Castro, as condições nos locais onde são realizados os exames são precárias. Os alunos não têm como aguardar a sua vez de fazer a prova à sombra, não tem banco e nem horário específico para fazer o exame, o que provoca ansiedade no candidato, além de situações de aglomeração nesses locais. Sem dúvida alguma, isso tudo pode contribuir para um ambiente inseguro e para a ocorrência de acidentes de trânsito, como o que ocorreu em Alexânia. Como tantas áreas no Brasil, falta muito investimento.

O caso ainda será julgado, inclusive com relação a responsabilidade do sinistro, visto que os familiares da vítima fatal cobram respostas e justiça sobre o examinador.

“Ele tinha um pedal, dava para ele frear, e ele não freou”, disse a filha da vítima. 

Lamentavelmente, nada trará de volta a vida de Ozeni, mas é nosso dever lutar para que novas tragédias desse tipo não voltem a acontecer. Porém, além das questões de infraestrutura e segurança, conforme especialistas, existem alguns personagens fundamentais no momento de uma avaliação deste tipo: o próprio candidato, a família, o instrutor de trânsito e o examinador. Por isso é muito importante que todos os envolvidos procurem fazer a sua parte.

Candidato, procure marcar a prova no período da manhã, para evitar a ansiedade que pode aumentar no decorrer do dia; não crie expectativas, ou seja, evite divulgar que irá fazer o exame tanto para os amigos, como nas redes sociais; procure ter segurança na hora da prova; alimente-se bem, assim como vista roupas confortáveis; por fim, pense que se não passar, haverá outras oportunidades.

Familiares, evitem pressionar o candidato, apenas incentivem; se possível, evitem ir até o local da prova.

Instrutor, seja o mais honesto possível com o candidato no sentido de alertar sobre sua real situação e pontos a melhorar; treine mais os pontos fracos do candidato; oferecer presentes ou troca de favores caso o aluno passe não é etico; incentive o candidato.

Por fim, Examinadores, tenham empatia pelo candidato; percebam o sofrimento do aluno; evitem criar uma atmosfera pesada ou constrangedora; reavaliem suas condutas constantemente.

Que a cada dia possamos estar mais perto de um trânsito mais humano e seguro, desde as primeiras fases da habilitação.

ROBERTO ALVAREZ BENTES DE SÁ

Presidente do MONATRAN - Movimento Nacional de Educação no Trânsito