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O dia em que a Ilha parou
28 de Abril, de 2023
Palavra do Presidente
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By ROBERTO ALVAREZ BENTES DE SÁ
O dia em que a Ilha parou

Florianópolis parou, de novo. E, ao contrário da canção do nosso eterno “Maluco Beleza” (que inspirou o trocadilho do título), ao invés de sonho, na vida real, tratou-se mesmo de um pesadelo. Mais um, daqueles que se repetem na capital catarinense de tempos em tempos e parece que os órgãos competentes não aprendem a lição.

Foram quatro horas numa segunda-feira (10 de abril) de trânsito parado em Florianópolis por conta de um caminhão tombado na saída da Ilha. A demora para a liberação do acidente indignou motoristas justamente pela falta de uma reação adequada para resolver a crise. Não houve gestão de trânsito, e a capital catarinense parou, de novo.

Em 2020, em uma situação parecida, houve, pelo menos, uma reação com a inversão de pistas e a liberação da ponte Hercílio Luz. Naquela ocorrência, um caminhão com lixo também tombou, justamente como ocorreu no último dia 10.

Por que, então, desta vez nada parecido foi feito? Por que a ponte Hercílio Luz ficou durante toda a tarde e à noite com dois sentidos e não apenas para a saída da Ilha? São apenas duas perguntas que poderiam ser respondidas pelos gestores públicos da prefeitura e do Estado.

A falta de entendimento entre os entes responsáveis pelo trânsito na Capital ficou ainda mais evidente. A cidade parou, mais uma vez, e quem precisaria resolver o problema só bateu cabeça.

A indignação do motorista é justificada. Não porque o acidente ocorreu, o que é imprevisível, mas sim pela falta de reação. O dia 10 de abril foi apenas mais um, infelizmente, mas poderia ser uma oportunidade para os gestores reagirem à altura.

Mas, ao invés disso, todas as principais vias da cidade registram longas filas. O acidente ocorreu na saída do Elevado Dias Velho, que dá acesso a Ponte Colombo Salles, por volta das 13h30, e causou congestionamento em toda a cidade.

As mais de 30 toneladas de lixo caíram sobre a Avenida Gustavo Richard e interditaram três pistas. Apenas as 17h as vias foram liberadas. Por conta disso, o trânsito de saída da Ilha registrou longas filas.

O congestionamento da Avenida Gustavo Richard, onde ocorreu o acidente, passou o túnel Antonieta de Barros, alcançando a Via Expressa Sul até próximo ao Trevo da Seta — que dá acesso ao Floripa Airport.

No outro lado, para os motoristas que querem sair da Ilha via Beira-Mar Norte, passando no Elevado Dias Velho, a lentidão ocorreu já no encontro com a Avenida da Saudade, próximo ao Shopping Villa Romana.

A SC-401 sentido Centro também registrou grande congestionamento, assim como a Lauro Linhares, principal via do bairro Trindade. Avenida Paulo Fontes, Mauro Ramos e a Rua Bocaíuva também estavam com trânsito parado.

Para quem conhece Florianópolis, é possível visualizar o caos. A falta de um transporte marítimo e tantas outras mazelas da cidade foram mais uma vez expostas e, aos milhares de motoristas envolvidos, não houve nada o que fazer, senão, esperar.

 

ROBERTO ALVAREZ BENTES DE SÁ

Presidente do MONATRAN - Movimento Nacional de Educação no Trânsito