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O cotidiano do caminhoneiro
29 de Março, de 2024
Artigo
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By DIRCEU RODRIGUES ALVES JUNIOR
O cotidiano do caminhoneiro

Os caminhoneiros enfrentam uma série de desafios que afetam sua saúde física, mental e social. Vamos explorar alguns desses impactos:                                                                                                                                                

Estresse e Ansiedade: A natureza do trabalho, longas horas na estrada e pressões para cumprir prazos podem levar a altos níveis de estresse e ansiedade.

Síndrome de Burnout: O esgotamento profissional é comum devido à carga de trabalho extenuante e à falta de tempo para descanso adequado.

Problemas Físicos: Horas prolongadas ao volante podem causar dores nas costas, rigidez muscular e problemas posturais.

Má Alimentação: A disponibilidade limitada de refeições saudáveis nas estradas pode levar a escolhas inadequadas de alimentos, afetando a saúde geral.

Falta de Exercício: O estilo de vida sedentário durante as viagens contribui para problemas de saúde, como obesidade e doenças cardiovasculares.

Além disso, a autopercepção da saúde entre os caminhoneiros muitas vezes está limitada à ausência de doença, e o autocuidado é frequentemente negligenciado. É essencial que políticas trabalhistas sejam reformuladas para reduzir os impactos ocupacionais e promover a saúde desses profissionais.

Hoje, mergulhamos no cotidiano desafiador dos caminhoneiros. Esses bravos profissionais enfrentam uma série de dificuldades enquanto cruzam as estradas do Brasil:

Horas ao volante: O tempo gasto dirigindo sobrecarrega o corpo e cansa a mente.

Más condições das estradas: Os caminhoneiros enfrentam buracos, trechos esburacados e estradas malconservadas.

Insegurança: A preocupação com roubos e assaltos é constante.

Preço elevado dos combustíveis: O custo do diesel impacta diretamente o orçamento desses trabalhadores.

Falta de pontos de parada: Encontrar locais adequados para descansar e tomar banho é um desafio.

Apesar dessas adversidades, os caminhoneiros desempenham um papel vital na economia, movimentando mercadorias e garantindo que os produtos cheguem aos seus destinos.

Quanto à vacinação, após pressão por parte dos caminhoneiros, a categoria foi incluída no grupo prioritário de vacinação contra a COVID-19. Inicialmente excluídos, eles agora fazem parte do pacote de grupos prioritários para receber a vacina.

Não só a COVID, é necessário que se cumpra a carteira de vacinação completa do profissional do volante, tendo em vista ele circular pelo país por onde encontram doenças endêmicas, epidêmicas e doenças tropicais. Tudo podendo trazer transtornos à saúde e ao trabalho.

Com certeza os caminhoneiros, ao cruzarem diferentes regiões e climas, podem inadvertidamente transportar insetos vetores de doenças em seus baús e cargas. Esses insetos podem ser portadores de vírus, bactérias, protozoários e até mesmo fungos. Vamos explorar alguns exemplos:

Baratas: Esses insetos, frequentemente encontrados em ambientes sujos, podem carregar milhares de microrganismos em seus corpos. Além de serem responsáveis pela hepatite A e febre tifoide, as baratas também podem transmitir conjuntivites, hanseníase, pneumonia, tuberculose, infecções urinárias, salmoneloses, enterovírus e shigeloses.

Mosquito Tsé-Tsé: Esse mosquito é o vetor da Tripanossomíase Humana Africana, também conhecida como “doença do sono”. Transmitida pela picada desse mosquito, a doença afeta o sistema nervoso central e pode ser fatal se não tratada. Felizmente, essa doença está presente apenas na África.

Barbeiro: O inseto barbeiro é responsável pela doença de Chagas, causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi. Transmitida pelas fezes do inseto, essa doença pode ser adquirida por meio de mordidas, transfusões sanguíneas, ingestão de alimentos contaminados e transplantes de órgãos. A fase crônica da doença pode levar a complicações cardíacas e até mesmo à morte.

Pulgas: Esses pequenos insetos também podem transmitir doenças, como encefalite e outras viroses.

É fundamental que os caminhoneiros estejam cientes desses riscos e tomem medidas para evitar a proliferação desses insetos em suas cargas e veículos. A saúde pública e a prevenção de epidemias dependem da conscientização e da adoção de práticas adequadas de higiene e controle de vetores.

A saúde e o bem-estar dos caminhoneiros são cruciais para manter as atividades do país em funcionamento. Reconhecemos o papel essencial que desempenham e esperamos que medidas contínuas sejam tomadas para proteger sua saúde e garantir sua segurança nas estradas.

DIRCEU RODRIGUES ALVES JUNIOR

Diretor da Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego)