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Estresse, Fator de Risco Sobre Rodas
23 de Setembro, de 2021
Artigo
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By DIRCEU RODRIGUES ALVES JUNIOR
Estresse, Fator de Risco Sobre Rodas

Resumo: Condensamos os três tipos de estresse a que está submetido o motoboy, motofrete, mototaxista, motoristas e mostramos a repercussão sobre o organismo. Apresentamos alternativas para controlar e mesmo sair da situação de estresse.                                      

 

O assunto é bastante atual uma vez que muitas das doenças clínicas acompanham-se dessa condição. Entendemos como estresse uma situação em que existe uma perda da capacidade adaptativa do indivíduo a situações por ele vividas normalmente. O sujeito não consegue se adaptar e reage muitas vezes chegando a descompensar.

O estresse pode, por muitas vezes, ser uma resposta natural do organismo. No entanto, às vezes, o estresse contínuo pode ser uma causa de doença, ou pelo menos coadjuvante dela.

São exatamente as situações de tensão, de agressão externa ou interna, que ultrapassam o limite da capacidade defensiva do indivíduo. Ele não consegue mais defender-se e descarrega essa energia ruim sobre o organismo. Faz na verdade uma autoagressão. Permite assim que apareçam sinais, sintomas e muitas vezes doenças.

É importante lembrar que toda essa adaptação fisiológica do organismo é feita à custa do sistema glandular, basicamente do sistema hipófise–suprarrenal, e do cortisol. São dois grandes hormônios de relação com o estresse, de adaptação ao estresse, que são a adrenalina e a noradrenalina, que surgem na primeira fase, e o cortisol, que assume a defesa junto com vários outros hormônios, como o hormônio do crescimento, a prolactina etc. E por último surgem novamente as catecolaminas (adrenalina e noradrenalina), no caso do estresse crônico.

Podemos então considerar a existência de três tipos de estresse, o estresse físico, o estresse psicológico e o estresse social, que será tão mais grave quanto mais injusta a sociedade. E bem sabemos como essa sociedade é injusta com os motoboys, motofretes, mototaxistas e motoristas em geral.

 Vivemos exatamente um momento como este no trabalho, em cima de uma motocicleta, de um automóvel, caminhão ou similar.

Na prática, entre nossos operadores temos percebido a necessidade de readaptação social. Problemas familiares, econômicos, a insatisfação com as chefias, a insatisfação com o trabalho realizado tudo concorre para a desarmonia e consequentemente para o estresse social.

Existem indivíduos dentro do nosso ambiente de trabalho que sob um grande estresse buscam fatores de adaptação como fumar, correr, beber, comer demais, fazer tudo em excesso e até buscar alívio usando uma droga.

Todos que trabalham com motocicleta não ignoram o perigo, o risco a que estão submetidos e esse é um agente de estresse contínuo que compromete o corpo e a mente.

Não esqueça que o estresse em alguns indivíduos se manifesta com agressividade. Saber ter controle sobre isso é extremamente importante porque as consequências de atos de agressividade repercutem muito mal quer no trabalho, no lazer e no âmbito da família.

Lembre-se que essa atividade consideramos extremamente penosa. Participam da atividade agentes altamente agressivos, além dos problemas do dia a dia de todos nós. Saber superar tudo isso é um ato de extrema grandeza. Mas, se observar dificuldades no desempenho da função não deixe de procurar ajuda. Ninguém é tão forte para superar tamanhas dificuldades.

DIRCEU RODRIGUES ALVES JUNIOR

Diretor da Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego)