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Dois pesos e duas medidas
22 de Junho, de 2023
Palavra do Presidente
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By ROBERTO ALVAREZ BENTES DE SÁ
Dois pesos e duas medidas

Dois pesos e duas medidas é uma expressão popular utilizada para indicar um ato injusto. Normalmente, está relacionada com situações similares que são tratadas de formas completamente diferentes, seguindo critérios diferentes e a mercê da vontade das pessoas que as executam.

Há poucos dias, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco (foto), foi flagrada andando de moto sem capacete pelo Complexo da Maré, conglomerado de favelas no Rio de Janeiro.

Obviamente, as imagens repercutiram de forma negativa, visto que o artigo 244 do Código de Trânsito Brasileiro define que andar de moto sem capacete é infração gravíssima: ela acarreta, para o motociclista, suspensão do direito de dirigir e multa de R$ 293,47.

Em nota após a divulgação do vídeo, Anielle confirmou ter andado sem capacete e alegou que, em favelas, o uso do equipamento é arriscado. “A circulação, na grande parte de territórios de favelas e periferias do Rio de Janeiro, historicamente, não se faz com capacete, pois há riscos dentro da própria comunidade de incitar confronto”, escreveu a ministra.

Curiosamente, a justificativa foi aceita sem resistência alguma por grande parte da imprensa. Aquela mesma que quase “crucificou” o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, quando flagrado andando de moto sem utilizar o equipamento de segurança.

A referida expressão popular nunca fez tanto sentido. Por que será parece ser tão difícil usar dos mesmos padrões e critérios para julgar as situações e pessoas, sem permitir que interesses pessoais interfiram nesse julgamento?

Para completar, além de normalizar a infração em si, inclusive citando que a violação já havia sido cometida pelo ex-presidente, nada foi dito sobre uma representante do governo federal brasileiro submeter-se às ordens dos traficantes que dominam a Maré e têm um “código de trânsito” próprio.

Como diria o manezinho (apelido carinhoso designado ao nativo da capital catarinense), “eu morro e não vejo tudo”. Um absurdo completo!

Por fim, cabe a nós ressaltar que, de acordo com levantamentos da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), a chance de um indivíduo morrer em um acidente de moto é 20 vezes maior do que a de quem está dentro de um carro. Sem o capacete, o número passa para 60 vezes – o que comprova a importância do item para a vida dos pilotos.

 

ROBERTO ALVAREZ BENTES DE SÁ

Presidente do MONATRAN - Movimento Nacional de Educação no Trânsito