Expresso na Constituição Federal Brasileira de 1988, o direito de ir e vir, mais uma vez, foi agredido por uma ação totalmente sem cabimento, protagonizada por motoboys “incomodados” pela abordagem da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que tem intensificado as fiscalizações na região.
É isso mesmo que você leu, caro leitor. A atitude de representantes da categoria de motoboys, que mais parece birra de criança pequena, aconteceu no último dia 23 de setembro e complicou o trânsito (já complicado) da chamada Via Expressa, com o fechamento total da Ponte Pedro Ivo, que dá acesso à Ilha.
Os motoboys se reuniram em Palhoça onde a PRF fez um acordo com a categoria. Para dispersar os manifestantes, cinco representantes foram recebidos na sede da instituição em São José. Apesar do acordo, um grupo de motoboys decidiu seguir com o protesto pela via expressa.
Para evitar que motoristas inocentes se envolvessem, caso houvesse algum confronto, as próprias forças de segurança, incluindo Guarda Municipal, Polícia Militar e Polícia Rodoviária Federal (PRF), fecharam o acesso à ponte formando um cordão de isolamento, por volta de 30 minutos.
Os manifestantes reclamavam que as abordagens da Polícia Rodoviária Federal (PRF) estariam cada vez mais ostensivas e que por conta disso o trabalho da categoria estaria sendo prejudicado.
No entanto, o que sabemos é que a PRF tem apenas cobrado o que está na lei, como equipamentos de segurança, além do licenciamento em dia e da habilitação dos condutores, com o objetivo de evitar acidentes graves, visto que cerca de 70% dos acidentes graves que ocorrem na Grande Florianópolis envolvem motocicletas, especialmente nos trechos da BR-101, entre Biguaçu e Palhoça e a Via Expressa (BR-282).
Para se ter uma ideia da importância destas ações contínuas de fiscalizações e ações educativas da PRF, realizadas desde março, o número de acidentes caiu 43% na Grande Florianópolis.
Assim, por mais que a abordagem policial gere algum desconforto para determinadas pessoas, a verdade é que todos nós temos direitos e deveres, que precisam ser observados.
No caso em questão, das 2.500 motocicletas fiscalizadas, cerca de 1.000 delas foram multadas e pelo menos 100 delas não tinham condições alguma de seguirem trafegando. Números que por si só evidenciam a necessidade imperativa de se continuar realizando este tipo de ação.
Como diz o ditado popular, “quem não deve, não teme”. E não faz o menor sentido querer reclamar da ação policial, visto que eles estão ali para garantir a segurança de todos os cidadãos, inclusive dos motociclistas revoltados.
Obviamente que não apoiamos nenhum tipo de excesso por parte da autoridade policial, mas no caso daqueles que estão ali cumprindo para com a missão que lhes foi confiada, só nos resta aplaudir e esperar que os demais envolvidos aprendam a enxergar seus deveres para que possamos ter um trânsito mais humano e seguro.
Presidente do MONATRAN - Movimento Nacional de Educação no Trânsito