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Briga de trânsito
29 de Agosto, de 2022
Palavra do Presidente
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By ROBERTO ALVAREZ BENTES DE SÁ
Briga de trânsito

Nervos à flor da pele, intolerância,  impaciência, ignorância... difícil definir a principal causa do triste cenário que estamos acompanhando no Brasil nos últimos tempos. Somente neste ano,  pelo menos 18 pessoas perderam a vida após se envolverem em algum episódio de briga no trânsito.

Aos 42 anos, o tenente da Polícia Militar do Amapá, Cleber dos Santos Santana, perdeu a vida na frente do filho, ainda criança, durante uma briga de trânsito no Centro de Macapá, ocorrida em fevereiro deste ano, por intolerância de um major da reserva da PM, em um modus operandi parecido com o da tragédia ocorrida recentemente, em BH, onde um delegado tirou a vida de um motorista. 

Levantamento feito por O TEMPO com base em matérias jornalísticas de 11 veículos de imprensa mostra que o Brasil registrou ao menos 16 tragédias do tipo só neste ano, resultando em 18 mortes. 

Os óbitos estão divididos por 13 Estados: Minas Gerais (o caso de BH), Santa Catarina (São Bento do Sul), Goiás (Itapaci), Bahia (Candeias), Paraná (Cascavel e Goioerê), São Paulo (Ribeirão Preto), Rio Grande do Norte (Natal), Rio Grande do Sul (Canoas e Torres), Espírito Santo (Serra e Guarapari), Rio de Janeiro (Rio de Janeiro), Ceará (Barbalha), Amapá (Macapá) e Amazonas (Manaus).

A tragédia com mais vítimas aconteceu em Barbalha, no Ceará. Uma discussão de trânsito terminou com três mortos, após uma briga por conta de um carro estacionado na via, impedindo a passagem de outro. Houve uma troca de tiros e três homens, entre eles um jovem de 18 anos, perdeu a vida, segundo informações do G1.

No Rio, a intolerância tirou a vida de Rogério Neris dos Santos, de 47 anos. Ele bateu a cabeça no meio-fio e perdeu a vida, após levar um soco na cara. Ele fazia sua última entrega de frutas do dia, conforme informações de O Dia.

Confesso que acompanho atônito cada caso desse tipo. Isso sem falar nas brigas que não levam a morte, mas causam traumas físicos e emocionais. No mês de junho, na Grande São Paulo, uma briga de trânsito acabou em socos, chutes, empurrões, puxões, de cabelo, "capacetadas" e tudo mais que você possa imaginar. Até um bebê recém-nascido ficou no meio dessa confusão e acabou agredido.

Nessas horas, eu me pergunto: Onde foi parar a humanidade desses motoristas envolvidos nesta barbárie? Como pode uma situação tão boba levar a atitudes tão graves? De acordo com um levantamento feito para o Fala Brasil, a ultrapassagem indevida é motivo de 20% das brigas de trânsito. Outros 18% seriam motivadas pelas chamadas “barbeiragens”. Enquanto 10% atribuem os surtos ao estresse.

Sinceramente, ao vivermos os momentos complexos da pandemia, por algum tempo, pensei que toda esta situação iria mudar o comportamento das pessoas para melhor: mais amor, mais respeito, mais empatia, mais valor ao que realmente importa. Mas o que temos visto nos noticiários é justamente o contrário disso. Uma realidade lamentável e mortal.

 

ROBERTO ALVAREZ BENTES DE SÁ

Presidente do MONATRAN - Movimento Nacional de Educação no Trânsito