Receba este convite para, ainda que brevemente, esquecer o cotidiano: as ruas congestionadas, o trânsito caótico, o abandono da cidadania, os riscos à liberdade de expressão e o descumprimento da Constituição por aqueles que têm o dever de preservá-la.
Contemple os céus e observe, com os próprios olhos, as transformações que se desdobram.
Vivencia-se o limiar de uma transformação que transcende as antigas concepções de realidade. Os tempos do materialismo histórico, com sua visão limitada e linear, já não explicam a complexidade do momento presente.
O mundo conhecido está sendo superado, abrindo-se um novo horizonte diante de todos, onde o universo, com suas leis tangíveis e previsíveis, é apenas uma fração de algo muito maior: um multiverso repleto de possibilidades, significados e dimensões que desafiam a compreensão.
Victor Sales Pinheiro, em seu Especial de Natal 2024 do Brasil Paralelo, aponta para os limites de uma civilização que ignorou o transcendente em favor do imediato. O materialismo, com sua obsessão pelo palpável e pelo consumo, reduziu a existência humana ao que se pode acumular, medir e controlar.
Agora, no entanto, inicia-se uma nova era, na qual essas antigas certezas estão sendo desconstruídas. O multiverso que se revela transcende a ciência e se torna uma metáfora da multiplicidade de sentidos e caminhos abertos à humanidade.
Nesse novo paradigma, o verdadeiro espírito do Natal ressurge com força renovada, iluminando aquilo que é eterno, puro e imutável em meio à vastidão das possibilidades. Mais do que uma celebração de tradições, o Natal se reafirma como um lembrete de que há algo maior que nos une: uma verdade simples e profunda – o amor que renova, a fé que guia e a esperança que transcende tempo e espaço.
As mudanças que se anunciam exigem mais do que adaptação; demandam uma verdadeira conversão. Não se pode mais sustentar antigas crenças no progresso linear ou na supremacia do material. É preciso abraçar uma visão mais ampla, na qual o espírito humano, inspirado pelo significado do Natal, se torna a ponte para novas formas de existência.
Cristo, nascendo humildemente em um estábulo, ensina que o poder não reside no que se acumula, mas no que se compartilha; que a verdadeira riqueza não está no que se possui, mas naquilo que se é capaz de oferecer.
Ao adentrar essa nova era, marcada pela superação das fronteiras do universo tal como era conhecido, cada indivíduo é convidado a redescobrir a essência do ser. O multiverso que se desvela não é apenas externo; está também dentro de cada um, na capacidade de imaginar, criar e amar. O Natal nos recorda que há uma luz que ilumina todas as dimensões – visíveis e invisíveis – e que essa luz é a verdadeira fonte de significado, conectando o terreno ao eterno.
Que neste Natal, seja possível reconhecer o fim de uma era e o início de algo infinitamente maior. Que o nascimento de Cristo continue a ser o símbolo de que, mesmo diante de um multiverso de possibilidades, o essencial permanece inalterado: o amor, a fé e a esperança. É tempo de romper as correntes do materialismo e avançar com coragem rumo a este novo horizonte.
Contemple os céus – os tempos são outros...
Crédito da Imagem: Esta imagem, produzida pelo Autor do Artigo com ferramentas de AI, representa a cena cósmica e espiritual do Natal, com um céu iluminado e um estábulo humilde, simbolizando o nascimento de Cristo. Ela transmite a sensação de transformação e a abertura para um novo horizonte de possibilidades.
Doutor em Ciências Humanas e Mestre em História Econômica pela USP, criou e coordenou o Programa PARE do Ministério dos Transportes, foi Diretor do Departamento Nacional de Trânsito – Denatran, Secretário-Executivo do Gerat da Casa Civil da Presidência da República, Doutor Honoris Causa pela Faculdade de Ciências Sociais de
Florianópolis – Cesusc, Two Flags Post – Publisher & Editor-in-Chief.