A segurança no trânsito ainda depende, em grande parte, do condutor do veículo. Isso deverá mudar já nos próximos anos com a chamada “internet das coisas” e a massificação dos carros autônomos.
Os veículos passarão a funcionar como robôs, conversando entre sí, vendo e analisando o trânsito em questão de segundos. Pararão para os pedestres, respeitando os veículos mais frágeis, como motos e bicicletas, observando os veículos que se aproximam, com uma esquina de distância, antes mesmo de serem visíveis a olho nu. Trocarão informações com outros carros e desacelerarão, se necessário, em caso de emergência, poderão abrir ou fechar semáforos.
Provavelmente, não será mais necessário possuir garagens ou fazer manutenção, pois os veículos estarão na palma da mão e em minutos chegarão à porta de sua casa, sem motorista, ao preço médio de um Uber. Poucos serão proprietários de um veículo, pois será mais vantajoso o novo mercado de rent a car. Detalhe precioso, o carro do ano será sempre o do ano, novinho em folha, revisado constantemente, movido à bateria e com cobertura total de seguro.
Este não é um fantástico mundo do futuro, mas sim um incrível avanço do presente, que já está sendo testado em algumas cidades do mundo.
Mas, prezado leitor, enquanto isso não chega para todos, a segurança no trânsito está em suas mãos e alguns equipamentos e procedimentos são fundamentais para que isso aconteça.
Entre estes, destacam-se os retrovisores cuja eficiência depende apenas do uso constante e adequado. Assim, ao entrar no veículo é sempre importante ajustar os espelhos de forma que seus ângulos permitam a mais ampla visibilidade externa possível.
Segundo a Nakata Automotiva, os pontos cegos do automóvel se localizam na altura das duas colunas frontais que sustentam o teto, as duas laterais e as duas traseiras. Nas motos é o próprio capacete que pode limitar a visão periférica do motociclista, enquanto nos ônibus e caminhões a posição elevada de dirigir pode dificultar a visibilidade dos automóveis menores, ao seu redor.
Isto leva à outra consideração, ou seja, que o uso de faróis, inclusive durante o dia, combinado com a cautela e a sinalização de todas as intenções que tem o motorista ao dirigir, como mudar de faixa de rolamento, frear, ou entrar no acostamento diminuem, significativamente, os acidentes.
O uso constante dos retrovisores permite refletir muito além do trânsito. Veja-se, por exemplo, o significado na vida da relação dialética entre o para-brisa e o retrovisor. Ao olhar para o primeiro vê-se a via que se abre à frente, as oportunidades, desafios e esperanças. Já o segundo, mostra os caminhos pelos quais se passou e o resultado das boas e más decisões tomadas, experiências vividas e as superações.
Na qualidade de condutor de sí próprio é necessário ajustar o retrovisor, olhar serenamente para frente sem deixar de considerar o que se passou, lembrar-se que na estrada da vida a rota do caminho é parte integrante da viagem, que o passado, passou, e o único tempo real é o presente que só se viabiliza quando se tem objetivos no futuro.
Doutor em Ciências Humanas e Mestre em História Econômica pela USP, criou e coordenou o Programa PARE do Ministério dos Transportes, foi Diretor do Departamento Nacional de Trânsito – Denatran, Secretário-Executivo do Gerat da Casa Civil da Presidência da República, Doutor Honoris Causa pela Faculdade de Ciências Sociais de
Florianópolis – Cesusc, Two Flags Post – Publisher & Editor-in-Chief.