Desde o dia 01 de janeiro de 2023, quando o presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) tomou posse, as entidades e especialistas que trabalham com o trânsito aguardam a definição de quem comandará a Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran). Já estamos quase chegando no mês de março e, até o fechamento desta edição, 22/2/23, ainda não havia sido definido quem irá comandar a Senatran.
Como já noticiamos na edição passada, no primeiro dia do novo governo foi definida a nova estrutura da pasta que tratará das decisões relacionadas as normas do trânsito brasileiro, ou seja, a Senatran. Desde então, conforme o Decreto 11.360/23, a Senatran estará vinculada ao Ministério dos Transportes. No entanto, o nome do novo Secretário, que sucederá Frederico Carneiro, ainda não foi definido.
Questionada por diversas entidades, a resposta da Assessoria de Comunicação da Secretaria é que o ministro dos Transportes, Renan Filho, estaria no processo de montagem do primeiro escalão da pasta.
“No momento, não há qualquer nome confirmado. Quando ocorrer a confirmação, faremos ampla divulgação”, informou o órgão.
Só esperamos que o nome indicado para dirigir a pasta do órgão máximo de trânsito do país seja alguém verdadeiramente competente e apto a montar uma equipe técnica e eficaz.
Como bem salientou o especialista e diretor do Portal do Trânsito & Mobilidade, Celso Alves Mariano, “não é de se estranhar essa demora no nosso País. A nossa cultura diz que as decisões são sempre políticas quase nunca técnicas. E aí repousa um problema muito sério”.
Outra questão lamentável é que sempre há descontinuidade quando se passa de um governo para outro. Uma tragédia! Trânsito e mobilidade devem ser assuntos de Estado, não deste ou daquele governo. Para o bem do país precisamos urgentemente desvincular questões políticas das questões técnicas. Área como trânsito, mobilidade e transporte, não podem depender de decisões de curto prazo ou definições de pequena abrangência.
Por conta destas picuinhas politiqueiras, colhemos dois problemas muito sérios: Um é a paralisação daquilo que não deveria ter descontinuidade. E o outro são os frequentes abandonos de projetos que estão em andamento. Como estamos há décadas nesse ritmo, mal percebemos os prejuízos que vem daí.
Somente quando tivermos maturidade como país para definir políticas de estado de trânsito, mobilidade e transporte estaremos enfim encaminhados para que possamos mesmo de fato conseguir cumprir aquelas metas que queremos atingir de um trânsito seguro e humano para todos. Enquanto isso não acontecer, continuaremos à deriva dos fantoches do poder.
Presidente do MONATRAN - Movimento Nacional de Educação no Trânsito