A prisão do caminhoneiro que bateu em 12 carros e causou destruição em Curitiba no último dia 14 de janeiro chamou à atenção para a importância do exame toxicológico para motoristas com CNHs das categorias C,D e E. Afinal, esse recurso é visto como essencial para garantir a segurança das estradas.
Vídeos que circulam nas redes sociais mostram que o motorista dirigia em alta velocidade e de forma perigosa pelas ruas da cidade, colocando em risco inúmeros motoristas e pedestres. Além dos danos provocados em Curitiba, foram registrados estragos no município de Ponta Grossa, nos Campos Gerais e na rodovia BR-277, com despejo de carga na pista. Um rastro de pelo menos 100 km de destruição.
Segundo a Polícia Militar do Paraná informou à imprensa, foi constatada a embriaguez pelo teste do bafômetro e o motorista apresentava comportamento compatível com o uso de substâncias psicoativas.
Por um milagre, os danos foram apenas materiais, mas o acontecimento chama a atenção para uma questão de suma importância nas estradas de nosso país e que, muitas vezes, é vista com mals olhos por alguns críticos de plantão, que costumam usar a falácia da chamada “indústria da multa”, que na verdade nunca existiu.
Desde 2015, o país tem uma política pública que estabelece a obrigatoriedade de condutores profissionais – com CNH categoria C,D ou E – de realizar o exame de larga janela de detecção. Esse teste é um requisito para que motoristas profissionais obtenham ou renovem a CNH. O exame também é periódico e é preciso realizá-lo a cada dois anos e meio. Além disso, detecta substâncias em até 180 dias a partir da data da coleta.
O exame é capaz de identificar qualquer substância psicoativa no organismo. Na primeira coleta detecta se existe alguma substância, se for positivo precisa de um segundo exame passando por outro tipo de maquinário. Esse vai detalhar quais substâncias são e as quantidades no organismo. E, certamente, a manutenção destes exames é indispensável para garantir o mínimo de segurança no trânsito.
Lamentavelmente, o uso de anfetaminas, o conhecido rebite, como inibidor do sono por caminhoneiros é um problema grave que coloca em risco a segurança de todos que trafegam pelas rodovias do país.
Pesquisas mostram à exaustão que essas substâncias promovem efeitos no sistema nervoso central que interferem diretamente na capacidade para conduzir veículos. Elas reduzem o raciocínio e processamento das informações, aumentam o tempo de reação e reduzem os reflexos. Para piorar, é sabido que o uso da cocaína entre caminhoneiros está crescendo.
Nossa esperança é que o novo governo continue fiscalizando com a rigidez necessária e cumprindo o que diz a Lei, sem exceção.
Presidente do MONATRAN - Movimento Nacional de Educação no Trânsito